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Hoje vou detalhar por aqui o que fizemos no Cairo. Esta visita foi dividida em duas partes, a primeira na nossa chegada e a segunda antes de irmos para Sharm El Sheikh, logo após o cruzeiro. Gostei de dividir, mas a verdade e que fizemos assim porque logisticamente fez mais sentido no nosso roteiro, perdemos menos tempo de deslocamento. Você pode fazer tudo na chegada ou tudo antes de ir embora. Por isso apenas um post para tudo, assim você consegue ver com quais atrações se identifica e quantos dias vai precisar para tudo e encaixar conforme seu roteiro! A verdade é que gostei muito de ter dividido nossa visita, pois também pudemos ficar em dois hotéis diferentes, cada um próximo das atrações e ter duas experiências distintas.

Mas vamos começar pelo começo, falando um pouquinho do Cairo. Pensem numa cidade com mais de 2 mil anos de história, diversas dominações de povos de etnias diferentes e com seus quase 20 milhões de habitantes? Sim, o Cairo é uma loucura! Capital e maior cidade do Egito, também é conhecida como cidade dos minaretes, por conta do tanto de mesquitas que existem por lá! O Grande Cairo engloba o Cairo, Gizé (onde ficam as pirâmides) e Caliubia. É uma cidade enorme, com trânsito caótico, muito antiga e interessante, praticamente um museu a céu aberto.

Cairo visto de cima da Cidadela de Saladino!

Como geralmente o roteiro pelo Egito é grande e inclui mais cidades, neste post vou deixar uma lista de coisas que você não deveria deixar de fora do seu roteiro, as imperdíveis mesmo! Lembrando que o governo do Egito tem muitos planos de modernizações para o país, então vale sempre ficar atento à novas atrações, museus ou algo novo que tenha surgido por lá!

Novamente, fica minha dica de dividir a estadia em dois hotéis em regiões diferentes, justamente pelo trânsito caótico. Acredito que você vai conseguir otimizar melhor sua visita.

Abaixo está um mapa mostrando as atrações e hotéis citados nesse post. Veja como as Pirâmides ficam longe da região central, e com o trânsito caótico, esse deslocamento pode demorar horas.

Esse outro mapa mostra algumas atrações a mais da região central do Cairo.

Mapa de atrações da região central do Cairo – Egito.

Quantos dias ficar no Cairo?

Nós tivemos dois dias inteiros, 4 noites. A noite da chegada no Egito e a noite da chegada de Abu Simbel, ambas tarde, contaram mas não foram realmente dias “uteis” turisticamente. Achei pouco, aconselho ter pelo menos 3 dias inteiros para fazer alguns programas que não fomos por falta de tempo, mas eu gostaria muito de ter ido. Explico mais ao longo do post.

Mas reserve 3 dias inteiros para o Cairo. Você não vai se arrepender.

 

Como se locomover?

Não vi nenhum transporte público eficiente e realmente o trânsito é caótico. Não sugiro nada diferente de um bom guia com transporte da agência. Seja em grupo ou seja privativo, dependendo de quanto você pode investir. Acho que realmente é o jeito ideal de conhecer a cidade.

Cena comum de tráfego no Cairo.

Mesmo assim, se quiser arriscar sair à noite para alguma atração, restaurante, etc, perguntamos ao nosso guia e ele disse que os táxis são seguros. Dá para usar tranquilamente. No fim, acabamos não usando, decidimos ficar apenas com os transfers da agência e não me arrependo.

O trânsito chega a arrepiar heheh!

Onde Ficar?

 

Marriott Mena House

Se você tiver que escolher apenas um hotel no Cairo e tiver um pouquinho de folga no orçamento, não pense duas vezes. Escolha esse! Eu fiz questão de ficar aqui. Ele não era o hotel do meu pacote original, mas personalizei da minha maneira e não me arrependo nenhum segundo.

O Marriott Mena House, além de lindo, com magníficos jardins, vários restaurantes e muito conforto, tem esta vista maravilhosa!

Eu ainda sugiro reservar um quarto com vista, aliás vai ser a coisa mais sensacional do mundo acordar com a vista da grade pirâmide da sacada do seu quarto. Para mim que sempre sonhei em conhecer o Egito, foi algo realmente encantador. Eu mal podia acreditar que era verdade!

Eu nem acreditava que essa vista era de verdade!
O quarto era super confortável e espaçoso!

 

E o WOW se repete no café da manhã! A vista do restaurante é ainda mais linda que a do quarto! O Mena House tem 3 restaurantes, um bar de piscina, um Spa e mais alguns lounges.

 

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Começar o dia assim é bom demais!

 

Além do fator VISTA, o Marriott Mena House é um hotel cheio de história. Foi construído em 1869 como uma casa de caça e em 1886 se transformou em um hotel. Ele foi nomeado Mena House em homenagem ao Rei Menés, rei da primeira dinastia Egípcia e o responsável pela unificação do Egito. Em 1890 ganhou a primeira piscina de todo o Egito. Durante a Primeira Guerra, o hotel abrigou tropa australianas e também funcionou como hospital. Atualmente preserva muitas salas originais, com uma arquitetura muito bonita. Os Jardins são encantadores também. Além da história e arquitetura super preservada, muitos nomes conhecidos já se hospedaram por ali como: Sir Arthur Conan Doyle, Winston Churchill, Presidente Richard Nixon, Agatha Christie, Frank Sinatra, Bill Gates, Pelé, Charlie Chaplin, Roberto Carlos, Will Smith, Leonel Messi, entre vários outros reis rainhas, presidentes e  artistas ao longo da história.

A piscina é um ótimo lugar para relaxar e fugir da muvuca depois de um dia cheio de história. Realmente não parece que estamos em Gizé!

 

Curioso que o hotel fica muito perto do complexo das pirâmides e esfinge, em Gizé (longe do centro, por exemplo), que é uma região MUITO movimentada, mas quando você está ali dentro, parece outro local. Um refúgio perfeito do caos de Gizé ao final de um dia de passeio movimentado.

Sugiro ficar aqui no dia do passeio para a Grande Pirâmide e também para Sakkara. Você vai economizar tempo e ainda curtir o hotel e um pouquinho mais da vista na volta!

Sofitel El Gezirah

Este hotel foi o que nos hospedamos próximo do centro, o Cairo Downtown, na margem do Nilo em Zamalek, uma ilha no meio do Rio. Ele é bem localizado e fica a uma curta distância a pé da Praça Tahrir, Museu do Cairo e rua de comércio. É uma experiência muito legal também se hospedar na beira do rio. Fica tudo iluminado durante a noite, dá pra jantar, fora a facilidade de estar próximo ao Museu Egípcio e mais próximo de outros passeios, como a Cidadela de Sadinoaladino e Khan el Khalili do que estando em Gizé. Existem muitos hotéis nessa região, mas super aprovamos o Sofitel. Clique aqui para ver.

sofitel-el-gezirah
O Sofitel na beira do Rio Nilo.
O Lobby do hotel é lindo!
Os quartos são grandes e bem mobiliados. Se puder, tem quartos com vista do Rio. O nosso era vista parcial.

Os quartos são grandes, limpos, muito bem equipados. Tem academia, piscina externa, um Spa (onde tem uma piscina aquecida com vista do rio belíssima!), tem café, 3 restaurantes, um café da manhã excelente e super aprovamos o restaurante árabe e o marroquino do hotel! Caso se hospedar aqui, não deixe de ir. Gostamos de ter boas opções gastronômicas dentro do hotel, para não ter que sair procurando durante a noite aleatoriamente um lugar para comer em uma cidade tão grande.

Pôr do sol na beira do Nilo!
Window over the Nile é um café super gostosinho do Sofitel.

Se não ficar em nenhum destes hotéis, pense em dividir a estadia em dois outros, um na região de Gizé e um mais central. Na região de Gizé, outro bom e também com vista das pirâmides é o Steigenberger Pyramids. Na região central existem também alguns hotéis luxuosos: dois Four Seasons, o The Nile Ritz Carlton praticamente ao lado do Museu Egípcio, além de vários outros.

Onde Comer

Vou deixar dicas de lugares que fui e que ouvi muito bem de pessoas que estavam no nosso cruzeiro pelo Nilo. Opções realmente não vão faltar na cidade, mas sugiro fortemente uma refeição com vista das pirâmides (o Marriott Mena House aceita não hóspedes) e uma na beira do Rio Nilo. Acho que daí a experiência fica completa!

The Moghul Room Restaurant – Marriott Mena House – é um indiano bem concorrido. Nós não conseguimos reserva, mas dizem ser muito bom! Eu que adoro a culinária indiana gostaria muito de ter ido.

139 Pavillion – Marriott Mena House – Culinária internacional. Foi onde jantamos e fizemos happy hour. Super recomendo. Peça mesa ao ar livre e desfrute da vista! Comi uma massa com camarões deliciosa!

Kebadgy Oriental Grill – Sofitel El Gezirah – Árabe/Oriental. Serve uma comida árabe maravilhosa com pães feitos no próprio hotel. Tudo maravilhoso! Só tenho elogios. A vista do Nilo, o clima, adorei tudo!

Amamos essa comida árabe!

La Palmeraie Restaurant – Sofitel El Gezirah – Comida marroquina. Aqui também é servido o café da manhã todos os dias. Nós amamos nossos Tandori.

Crimson Bar & Grill – Este rooftop com vista espetacular e drinks famosos é bem concorrido e foi dica de um agente de viagens que estava em nosso navio pelo cruzeiro do Rio Nilo. Acabamos não conseguindo reserva, mas deixo como uma dica provada e aprovada por ele e todos do seu grupo.

 

O que fazer no Cairo

 

Sobre Faraós, pirâmides, templos e tumbas no Egito Antigo

Antes de começar a detalhar os pontos turísticos, já que se resumem basicamente à pirâmides, tumbas, templos e museus dentro destes temas, preciso contextualizar um pouco como era a vida, pensamento e religião no Egito Antigo e como se sentiam os faraós e o motivo de construírem todas estas obras.

Antes de viajar para lá, li diversos livros sobre Egito, afinal, o tema sempre me fascinou e despertou minha curiosidade. Mesmo contratando um guia, ler a respeito de tudo isso antes de ir faz diferença no entendimentos das coisas, sejam símbolos, divindades, períodos, nomes etc. Por isso, este meu “resumão”.

Acredito que, mais do que apenas citar pontos de interesse para você listar para viajar, algo facilmente acessível no Google, o papel do blog é despertar interesse, mostrar um pouco da cultura e fazer com que você viaje melhor e mais bem informado.

Linha do tempo da história do Egito Antigo
Linha do tempo da história do Egito Antigo. Clique para ampliar.

O Egito se situa no meio do deserto, cortado pelo Rio Nilo. O formato do rio é o de uma flor de lótus, com sua haste onde ficava o chamado “Alto Egito” (ao sul do país) e a flor, no Delta ou “Baixo Egito” (norte do país). Tem uma extensão de cerca de mil quilômetros e sua largura dificilmente atinge 30km. A parte cultivada e habitável do país ocupa uma superfície um pouco inferior à da Bélgica.

Vale ressaltar que tudo o que aconteceu no Egito só foi possível por conta das cheias do Nilo e essa parte cultivável é justamente até onde chegavam estas águas e futuramente os canais de irrigação. Estas cheias permitiram o surgimento da agricultura e, logo, da vida em seu entorno.

Por conta destas mesmas cheias, para saberem os períodos de plantio e colheita, a astronomia e a matemática sempre tiveram um papel importantíssimo na cultura egípcia. Foram eles que criaram o calendário inúmeras vezes considerado o mais inteligente da história humana e bem parecido com o que usamos até hoje. Um ano com 360 dias, 12 meses de 30 dias e três estações definidas (inundação, inverno e verão) e adicionando 5 dias todo final de ano.

O que precisamos entender é que a história do Egito data de mais de 5.000 a.C, mas como nada era registrado, temos conhecimento de fragmentos dela somente a partir do surgimento dos hieróglifos, por volta de 3.000 a.C. Mesmo com esta escrita tendo surgido há tantos e tantos anos, temos que entender que a história do Egito que conhecemos é nebulosa e não segue uma linha cronológica exata por alguns motivos.

O primeiro deles é que demoramos até conseguir decifrar as coisas e muito se perdeu, e o segundo é pelo método de contagem dos anos feito por cada Faraó. Vou explicar os dois pontos abaixo.

Mesmo que artefatos e tumbas já tivessem sido encontrados antes, apenas pudemos desvendar este curioso alfabeto e então entender que povo era aquele, como pensavam e como viviam, a partir da descoberta, por soldados franceses em uma expedição guiada por Napoleão, da Pedra de Roseta, em 1799, em Alexandria. Esta foi a mais importante descoberta do Egito e a responsável pelo surgimento da Egiptologia. Foi através dela que, em 1822, Jean François Champollion decifrou os hieróglifos. A pedra possui os mesmos dados escritos neste alfabeto e em grego, possibilitando que ele a estudasse e criasse assim  um dicionário e uma gramática.

Réplica da Pedra de Roseta no Museu Egípcio.

A partir daí, foi possível entender as inscrições em tumbas, templos e documentos em papiro e conseguimos saber de tudo que sabemos hoje. A Pedra de Roseta atualmente se encontra no British Museum de Londres.

Sobre o calendário, a verdade é que é difícil saber quando cada reinado aconteceu exatamente dentro da história. Existe uma cronologia de dinastias e o calendário quase como o que conhecemos hoje, dividindo meses, e anos, porém cada Faraó entendia que quando assumia o trono, aquele era o ano zero de seu reinado, contando assim os anos que permanecia no trono e não os anos que já haviam se passado até ali, como nós fazemos. Então em vez de saber em que ano da história estávamos, sabíamos que algo aconteceu, por exemplo no “Ano 7 de Ramsés II”, e assim por diante.

Mesmo assim, os Egiptólogos conseguiram dividir a história egípcia em grandes períodos, com 3 Grandes Impérios, momentos em que o Egito se encontrava unificado, equilibrado e era próspero e poderoso. Estes 3 grandes períodos foram intercalados por momentos de transição, sempre escuros e problemáticos, geralmente com alguma ruptura entre Alto e Baixo Egito.

O Egito unificado é sempre representado pelo faraó usando duas coroas juntas, uma branca, representando o “Alto Egito” e uma vermelha, representando o “Baixo Egito”.

Resumidamente temos então:

Antigo Império – 2.640 a.C. a 2.160 a.C. – Foi o auge da civilização, próspera. Marcado pela construção de grandes obras como as Pirâmides.

Médio Império – 2.134 a.C. a 1.785 a.C. – Foi o mais intelectual dos períodos onde as artes e a escrita se desenvolveram  muito.

Novo Império – 1.552 a.C. a 1.070 a.C. – Foi quando o Egito teve seu maior poder militar e conquistador. Muito luxo com construção de grandiosos templos como Luxor e Karnak.

O Faraó se considerava um descendente dos deuses, não um Deus, mas sua representação na Terra. Portanto, deve fazer de tudo para zelar pelas terras do Egito. Ele é sacerdote e chefe de Estado e as duas funções se misturam justamente por ele acreditar ter sido designado pelo divino. Sendo assim, seus deveres como Faraó eram a construção, renovação e manutenção de templos. Afinal, para exercer sua influência sobre a terra, os deuses precisam de uma morada.

Templo dedicado ao deus Hórus, em Kom Ombo é um exemplo dos templos que eles construíam.

Os egípcios acreditavam em muitos deuses. A tendência à adoração de espécies de animais vem, provavelmente de quando eles ainda viviam da caça e precisavam encontrar e matar animais para sobreviver. Um deus, parte representado por um animal, na sua crença, faria com que os protegesse de maiores danos. Quando a agricultura se tornou a maior forma de vida no Egito, outros deuses, ligados à natureza, foram introduzidos. O maior deles, o culto ao Sol, doador de toda vida e responsável por todo ciclo de cheias do Nilo. O sol é representado por vários nomes, o mais conhecido deles, , e foi adorado por milênios como o deus dos deuses, o grande criador de tudo.

Aliás, foi o culto ao sol que levou à noção do ciclo da vida, morte e renascimento. “Os egípcios imaginavam o sol como uma criança que aparecia à leste, crescia depressa e chegava ao pleno desenvolvimento ao meio-dia. Alcançava então a maturidade ao cair à oeste, e à velhice e à morte ao se por e desaparecer. Mas depois de sua perigosa viagem pelas cavernas do mundo subterrâneo, reaparecia à leste, na manhã seguinte, com aspecto fresco e jovem de um garoto.” (Isaac Asimov)

Com o tempo, este ciclo foi incorporado à religião egípcia e a morte e principalmente o que aconteceria a você após ela, era muito importante para os egípcios. Por isso, inclusive, veremos que uma das primeiras atribuições de um faraó era construir sua tumba.

Exemplo de tumba, no Vale dos Reis em Luxor.

De início estas tumbas eram de tijolos sobrepostos, evoluíram para pirâmides, como a escalonada de Djoser em Sakkara e a Grande Pirâmide de Gizé em seguida, e mais adiante, para proteger os tesouros lá guardados, viraram tumbas escondidas e subterrâneas, estas que você verá no Vale dos Reis em Luxor.

Osíris era o grande juiz pelo qual todos deveriam passar após a morte. Grave este nome porque você vai ouvi-lo bastante por lá.

De acordo com a lenda, Osíris foi morto por Set, seu irmão mais novo. Ísis, a esposa de Osíris, representada também em forma humana, recolheu o corpo do marido e o devolveu a vida, mas Set esquartejou o corpo, e um dos fragmentos se perdeu. Incompleto, Osíris não pôde continuar a governar os vivos e desceu ao mundo subterrâneo, onde reinou sobre as almas das pessoas, que a ele desciam após a morte.

Osíris representado em uma pintura em Tumba no Vale dos Reis em Luxor.

Hórus, filho de Osíris de Ísis (representado geralmente como um deus com cabeça de Falcão), completou a vingança e matou Set. Hórus aparece em muito nos templos protegendo Faraós em pinturas.

E este com cabeça de falcão é Hórus.

Quando morriam, os egípcios acreditavam que a pessoa perdia acesso a todos os prazeres e regalias que desfrutava em sua vida na terra. Para recuperar estas regalias em sua nova existência, a pessoa era conduzida pelo deus Anúbis para se apresentar ao Tribunal de Osíris, onde seria julgado.

Para que recebesse a aprovação das divindades, era necessário que o julgado não tivesse cometido uma série de infrações, como roubar, matar, cometer adultério, mentir, causar confusões etc. Ao final, Osíris pesaria o coração do morto para dar um veredito.

Se este fosse mais leve que uma pluma, seria salvo, caso contrário, sua cabeça era devorada por um deus com cabeça de crocodilo.

Além disso, segundo o sistema de crenças egípcio, a morte consistia em um processo onde a alma se desprendia do corpo. Com isso, acreditavam que a morte seria um estágio de mudança para outra existência. Sendo o corpo a morada da alma, havia uma grande preocupação em conservar este corpo o mais intacto possível, surgindo assim as técnicas de mumificação. Caso o corpo não fosse preservado como deveria, eles acreditavam que deveriam deixar objetos e coisas que fizessem parte da vida daquela pessoa, como estátuas, objetos pessoais, comidas favoritas, enfeites, bebidas, e por aí vai. Também registravam nas paredes das tumbas fatos sobre a vida do morto, como batalhas travadas, seu cotidiano e tudo mais. Graças à estas pinturas, é que temos a maioria dos conhecimentos sobre os faraós e o povo que temos hoje em dia.

Visita às Pirâmides e Esfinge

 

Pirâmides

Eu nem preciso falar que ir ao Egito sem ver as pirâmides é quase como ir para Orlando sem ver o Mickey, ou até Paris sem ver a Torre Eiffel. Essa atração é tipo aquela que se você puder fazer somente uma coisa no Egito, que seja ela!

Para conhecer as pirâmides e a esfinge, você vai visitar a Necrópole de Gizé, no planalto de Gizé, a uns 25km do centro do Cairo e 9km para dentro do deserto. Na verdade pelas fotos, parece que as pirâmides estão isoladas do mundo, mas é bem engraçado estar lá e logo ao lado, ver o Cairo gigante em pleno movimento. Era nessa região que ficava Memphis, uma das capitais antigas mais poderosas do Egito.  

Essa imagem de satélite mostra como as pirâmides hoje ficam bem pertinho da cidade. O hotel Mena House fica na parte com vegetação no alto da imagem, logo ao lado das pirâmides.
Essa imagem mostra como era o complexo no seu auge. Veja mais detalhes no site da Super.
Difícil até de enquadrar ela toda na foto!

Eu realmente não consigo expressar a minha sensação ao encarar a única das Sete Maravilhas do Mundo Antigo ainda de pé, depois de tantos anos sonhando em conhecer o Egito. Se ela parece grande nas fotos, espere até vê-la ao vivo! Ela é muito maior do que parece. Ela mede atualmente 138,8 metros de altura. Originalmente media 140 metros e foi por 3.800 anos o monumento mais alto do mundo.

É também realmente muito intrigante pensar em como ela foi construída  se pensarmos em alguns números sobre sua construção. A Grande Pirâmide foi encomendada pelo faraó Khufu, ou Quéops, como conhecemos, por volta de 2.560 a.C, isso mesmo, há mais de 4 mil anos! Foram usados nela algo em torno de 2.300.000 blocos de pedra pesando em média 2 toneladas e meia cada uma para a parte do corpo da pirâmide. Na parte da tumba e câmara funerária, os blocos de pedra chegam a pesar de 25 a 80 toneladas cada um!

A construção em si permanece um mistério e mesmo que diversas teorias existam para a construção da mesma (inclusive algumas malucas que dizem que eles tiveram ajuda de extraterrestres), a mais aceita pelos arqueólogos e historiadores é a de que eles usaram uma rampa de madeira ao redor da pirâmide para transportar estes blocos para cima. Estima-se que foram necessários 100 mil homens e 20 anos para sua construção. Também, diferente do que podemos imaginar, provavelmente estes trabalhadores não eram escravos, e sim  trabalhadores livres, bem alimentados e que tinham assistência de saúde. Foram descobertas diversas tumbas e resquícios de vilas de trabalhadores que confirmam esta teoria.

A pirâmide era toda revestida de pedra calcária polida, o que dava a ela um acabamento brilhante. Hoje, após muitos mil anos, saques e muita história, apenas o topo ainda está revestido.

Perto dela ficam outras duas pirâmides, a de Quéfren e a de Menkaure (Miquerinos). As três pirâmides pertencem então ao pai, filho e neto respectivamente. Além delas, 3 bem pequenas onde eram sepultadas as rainhas também ficam ali.

Somente a primeira, de Quéops, está aberta à visitação, e apesar de não ter muito o que ver dentro dela, pois é basicamente um túnel de pedra íngreme e baixo que leva à uma câmara mortuária vazia, é interessante entrar para saber como é. Gostei. A gente fica lá pensando em como tudo aquilo foi construído sem as tecnologias de hoje.

Entrando na câmara funerária da pirâmide
Definitivamente não é para quem tem problemas de coluna!

Para entrar no complexo custa EGP 200 e na pirâmide, EGP 400 (em torno de USD 25). As entradas estavam incluídas em nosso pacote.

Além disso, fora das pirâmides ficam muitos e muitos “cameleiros”, pessoas que vendem passeio de camelos dentro do complexo. Eu, por regra geral, não faço esse tipo de atividades com animais, mas tive a impressão de que estes camelos eram bem tratados e acabei cedendo. No fim, gostei da experiência. Eles vendem um passeio curto e um longo. O longo sai da pirâmide de Quéfren e vai até a Esfinge. Fizemos este e pagamos USD 60. Nosso guia que nos apresentou este “cameleiro”. O preço não é fixo e se você estiver sozinho, negocie. Nosso “cameleiro” foi muito legal, tirou muitas fotos nossas, era animado, falou bastante sobre o turismo e como a pandemia afetou o trabalho deles. Foi muito gentil. Apenas tomem cuidado com uns homens que aparecem do nada a cavalo querendo abrir refrigerantes pra você. Isto não está incluso no valor do passeio e no fim, quase nos logrou. SEMPRE pergunte quanto custam as coisas que aparecem na sua frente!

Passeio de camelo!
Uma paradinha pra alimentar o bichano!

Também achei que nosso guia foi meio apressado na hora de passar por Quéfren e Miquerinos. Provavelmente porque para eles não é a maior atração, mas eu queria ter parado com mais tempo. Achei que daria pra voltar, mas não deu. Mas a melhor vista delas juntas, foi a do passeio de camelo. Você pode ir andando até lá também, mas acho que não vale. Se não quiser andar de camelo, peça pro seu guia ir dirigindo pelos caminhos possíveis!

Se quiser realmente apreciar a vista por mais tempo, almoce no 9 Pyramids Lounge, que é o único restaurante aberto dentro do complexo. Ele vale mais pela vista do que pela comida pelo que eu li. A culinária é a egípcia, comidas tradicionais. Abre das 8h às 18h, mas você deve chegar no máximo até as 16h. Não fomos porque estávamos no Mena House ali perto e porque tínhamos mais programações no dia, mas seria algo que eu teria feito se tivesse mais um dia no Cairo, pois poderia apreciar com mais calma. Acho que vale pelo menos parar para um suco. (pelo que li também não servem bebidas alcoólicas). Acho que é bom reservar ou pelo menos avisar seu guia se quiser parar ali, pois é bem concorrido.

Nós almoçamos num restaurante buffet simples que estava incluído no pacote, logo em frente ao complexo. Provavelmente, a maioria dos tours leva em locais assim.

 

Esfinge

A Esfinge fica praticamente junto das pirâmides, no mesmo complexo. É a construção mais enigmática do mundo, com corpo de leão e cabeça humana. Esculpida em um único bloco de pedra calcária e medindo 73,5 metros de comprimento, 19,3 metros de largura e 20 metros de altura, a esfinge é a maior estátua esculpida em apenas um bloco no mundo . Acredita-se que ela foi construída no reino do faraó Quéfren com intuito de proteger as pirâmides.

A Esginge na verdade é bem menor do que parece nas fotos!

A tarefa de proteção é facilmente identificada pelos egípcios, pois o leão era o protetor de lugares sagrados e do subterrâneo na cultura egípcia. Representa o rei com poderes físicos e mentais, sendo o poder físico representado pelo corpo de leão e o mental pela cabeça humana.

Um dos maiores mistérios é como ela perdeu o seus nariz. Muitas teorias dizem que foi durante a invasão de Napoleão, em 1798, quando seus soldados atiraram balas de canhão, porém já foram encontrados desenhos datados de antes desta época em que ela se encontrava sem o nariz. Como muita coisa na história do Egito Antigo, o mistério permanece.

Napoleão e a Esfinge retratados em desenho do século XVIII.

O seu corpo encontra-se tão bem preservado porque ficou por muitos e muitos anos enterrado na areia. Antigamente a Esfinge era pintada com cores vivas, que sumiram devido à erosão.

 Casal imperial D. Pedro II (sentado usando um chapéu branco) e Teresa Cristina (segunda mulher sentada da direita para a esquerda), em visita ao Egito em 1871.

A vista exatamente de frente com a Esfinge é maravilhosa com as pirâmides atrás e rende belas fotos!

Ela é muito menor do que parece pessoalmente, principalmente depois de ter visto a grandeza das pirâmides. Fiquei bem assustada, achei ela pequena!

Aqui dá pra ter ideia do tamanho real dela comparado ao das pirâmides!

Neste lugar, durante a noite, acontece diariamente o “Sound and Light Show”, um show de luzes e som, com projeções na Esfinge e Pirâmides contando um pouco da história do Egito Antigo com duração de uma hora. Custa USD 20. Não fomos, mas dizem ser bem bonito. Os shows acontecem duas vezes por noite, às 19h30 e às 20h30.

Vou deixar o link pro site oficial aqui! Já dá pra deixar o ticket comprado antes de ir.

https://soundandlight.show/en

Dicas gerais sobre a visitação ao planalto de Gizé

  • Abre diariamente das 7h às 16h
  • Entrada na Necrópole custa 200 libras egípcias. Para entrar na Grande Pirâmide custa 400.
  • Não é permitido “escalar” as pirâmides
  • Reserve pelo menos umas 3 horas para tudo.
  • Melhor vista delas é ou do alto do planalto, chegando de camelo, ou da frente da Esfinge.
  • O melhor horário para visitação depende da época do ano. Nos meses mais frios, de Novembro a Março, pode ter névoa durante a manhã. Como o calor é ameno, deixe para fazer na parte da tarde. Nos meses de Março a Outubro, que são mais quentes e sem névoa, prefira as manhãs.
  • Evite Sextas e Sábados, quando os locais e escolas também visitam o complexo e ele é mais lotado.
  • Não existe nenhuma proibição quanto código de vestimentas, porém evite shorts muito curtos, muito decote e se possível, vista-se conservadoramente.
  • No interior da pirâmide você pode fotografar à vontade com o celular, mas para usar câmera, precisa comprar um ticket. Eu usei celular. Também vão aparecer egípcios se oferecendo para fazer fotos suas e muito simpáticos, mas a não ser que queira pagar pela “gentileza” fuja deles. Qualquer outro turista pode fazer a mesma foto pra você.

Visita ao Centro de Papiros

Saindo do Planalto de Gizé, nosso guia nos levou até o Intituto Nacional de Papiros, localizado bem próximo do complexo das pirâmides. Ele nos contou que muitos papiros vendidos em mercados e tendas de rua são falsos e que a melhor maneira de adquirir um verdadeiro é visitando estes lugares.

Muitos papiros à venda!

Eu tinha medo que a visita seria meio “pega turista”, mas a verdade é que acabei gostando muito. Uma egípcia muito simpática que falava português nos atendeu e nos explicou como são feitos os papiros, passo a passo ( e como ver se um papiro é verdadeiro e reconhecer um falso). Depois explicou sobre a arte egípcia e os tipos de desenhos. Como eu queria trazer algo para minha casa, ela também mostra opções de diversos artistas diferentes (com preços diferentes).

Também escreveu nossos nomes em hieróglifos. Achei tão legal!

Achei a visita super válida e também evitou ficar “caçando” um papiro por aí me questionando se não fui enganada.

 

Visita à Saqqara

Saqqara foi a necrópole da antiga e poderosa capital egípcia Mênfis por mais de 3.500 anos. É atualmente o maior sítio arqueológico do país.

Muitas pessoas acham que a Grande Pirâmide de Quéops é a mais antiga do mundo, a primeira. Mas há pelo menos 18 outras pirâmides espalhadas pelo país, fora outras ainda não descobertas. E mesmo sendo muito antiga, Quéops não detém este título, e sim a Pirâmide Escalonada de Djoser.

Saqqara e a famosa pirâmide escalonada de Djoser!

A história desta pirâmide começa por volta de 3.100 a.c, quando Menés unificou alto e baixo Egito pela primeira vez e fundou Mênfis, o local onde o Delta do Nilo encontrava o vale. Ele a tornou a capital do Egito e assim ela foi por muitos anos, duarante a maior parte do período faraônico. Mesmo quando a sede do poder foi transferida para Tebas (a atual Luxor) na época do novo império, Mênfis continuou sendo uma cidade próspera, pulsante, cheia de palácios, pirâmides, templos e jardins. Ela foi uma das grandes cidades da antiguidade. Foi abandonada apenas no século 7°. d.c, durante a invasão árabe.

Mesmo tendo sido tudo isso, após séculos de construtores buscando pedras, cheias do Nilo, saqueadores e caçadores de antiguidades gananciosos, quase nada da sua grandeza e esplendor permaneceram. Vendo Saqqara é quase difícil imaginar tudo que ela já foi.

Os traços mais sólidos continuaram sendo seus complexos funerários, as pirâmides, que ficam nos arredores.

Por sorte, a pirâmide de Djoser permaneceu. Ela, que foi a primeira de todas, o começo para que evoluíssem e chegassem no formato da grande pirâmide, foi projetada por Imhotep, o primeiro arquiteto reconhecido da história, por volta de 2.630 a.c. Mede 140 metros de comprimento, 118 metros de largura e 60 metros de altura.

A pirâmide de Djoser é o primeiro monumento todo feito de pedra do mundo e antes da invenção da forma piramidal, os sepultamentos eram feitos em salas subterrâneas cobertas por mastabas, estruturas que formavam um banco retangular em cima das tumbas.

Imhotep transformou a mastaba em pirâmide escalonada, esculpida em pedra que parece ser várias mastabas, uma sobreposta a outra. Depois desta proeza é que todo o resto foi possível e por isso sua importância não deve ser subestimada. 

Saqqara foi um lugar de descobertas recentes e continua em constante escavação, ninguém sabe quais surpresas ainda estão por vir dali.

Nós não conseguimos visitar Saqqara, mas com certeza indico e vou caso eu volte ao Egito um dia!

No local também existe o museu de Inhotep, onde ficam inclusive as descobertas mais recentes deste sítio arqueológico. Vale a visita!

Para quem se interessar ainda mais por Saqqara e toda a sua história, a Netflix tem um documentário direcionado totalmente a Saqqara e todas as suas riquezas. O documentário se chama Os Segredos de Saqqara e é apresentado por arqueólogos. Eles apresentam a tumba de Wahtye e tentam descobrir a história do sacerdote.

https://www.youtube.com/embed/77_UeHKMB-I
Eu assisti e adorei!

Abre diariamente das 8h às 17h e o ingresso para o complexo custa EGP 180 e para entrar na pirâmide custa EGP 100. Outras tumbas e monumentos também podem ser visitados e são pagos à parte.

Para saber mais detalhes, visite o site oficial aqui!

Visita ao Museu da Civilização Egípcia – NMEC

Este museu foi recém inaugurado em abril de 2021 e não fomos por falta de conhecimento nosso mesmo. Eu acabei não me informando 100% sobre ele e nosso guia provavelmente não sugeriu porque não estava adicionado ao nosso pacote. De qualquer forma acho que deve ser imperdível. Lá ficam agora múmias de 18 reis e quatro rainhas do Egito, junto com seus sarcófagos, papiros e outros artefatos.as múmias dos grandes Faraós como Ramsés II e sua esposa Nefertari estão ali, por exemplo.

Todas estas múmias e artefatos estavam antes no Museu Egípcio, na praça Tahir, e foram transladados num grande desfile, em 2021, o The Pharaos Golden Parade.

https://www.youtube.com/watch?v=bkthRB0L7IM
Assista ao desfile que aconteceu em 2021!

O museu é todo interativo e tecnológico e fica num lugar bem bonito. Acho que vale incluir no roteiro.

Ele funciona das 9h às 17h diariamente e a entrada custa EGP 200. Nas sextas feiras ele também funcionas das 18h às 21h. Acesse o site oficial aqui!

Visita ao Museu Egípcio

O Museu Egípcio é o mais antigo museu sobre arqueologia do Oriente Médio e abriga a maior coleção de peças faraônicas do mundo. Sua coleção é realmente extensa, com estátuas super realistas com mais de 4 mil anos, objetos como sapatos, bijuterias, utensílios. Tem múmias, sarcófagos e muitas outras preciosidades.

Ele é enorme e sugiro fortemente ser visitado com guia. Se um guia você não vai saber nem por onde começar e pode perder o entendimento sobre muita coisa. Acho que a visita ficaria bem confusa e maçante. O guia que nos acompanhou neste dia foi fantástico, fez uma seleção das coisas mais importantes do museu, explicou tudo e nossa visita durou 2h, um tempo satisfatório mas não cansativo.

Rasteirinhas pertencentes à Tutancâmon
Estátuas muito realistas com mais de 4 mil anos!

O maior motivo da fama deste museu é por abrigar os tesouros de Tutancâmon, seu sarcófago e máscara funerária de ouro maciço, todos entalhados de pedras preciosas. Muitas joias, artefatos, tudo que foi encontrado intacto em sua tumba no Vale dos Reis. A múmia continua na tumba em Luxor, mas os tesouros estão no Cairo.

Esta sala não pode ser fotografada. Tem seguranças e caso você seja flagrado, os guardas apagam a foto do seu celular. Mas os tesouros são realmente incríveis, algo que realmente eu não imaginava!

Infelizmente para o Museu, toda esta coleção será movida para o novo Grande Museu Egípcio, que será praticamente ao lado da Necrópole de Gizé, ainda sem data de abertura certa. Me intriga o motivo de eles manterem tantos museus assim, de qualquer forma, o novo museu será gigantesco e muito moderno e vai ter a vantagem de estar próximo de Gizé e de Saqqara, podendo combinar visitas num mesmo dia, sem perder tempo com deslocamentos.

Mesmo assim acredito que a visita ao Museu Egípcio na praça Tahir seja muito válida e rica. Vimos muitas obras fantásticas. Eu amei.

Sarcófagos (o museu tem MUITOS!)
Peças usadas há mais de 3 mil anos! Fiquei encantada!
Nosso guia Hanafi que foi fantástico neste último dia de Cairo!

Funciona diariamente das 9h às 15h e a entrada custa EGP 200. Para fotografar com câmera (sem flash) custa EGP 50 e para filmar, EGP 300. Para mais informações clique aqui!

Khan El Khalili Bazaar

Khan El Khalili é o mercado mais famoso do Egito e de todo Oriente Médio. Sua origem data do ano 1382, quando um sultão decidiu construir um lugar de descanso para os comerciantes da região nas ruínas de um antigo cemitério fatímida, no coração do Cairo islâmico.

Dá pra se perder horas aqui! Nossa visita foi rápida, mas produtiva !

Hoje em dia, são dezenas de estreitas ruelas com tudo que se pode imaginar: lâmpadas coloridas, tecidos, artesanatos, joias, especiarias, perfumes, instrumentos musicais e, é claro, souvenirs e presentes egípcios… Se prepare para pechinchar bastante e ficar muito em dúvida se fez um bom negócio ou não, pois são muitas lojinhas vendendo a mesma coisa, com diferentes níveis de qualidade e é difícil saber uma base de preço para fechar negócio. Os árabes são famosos por “negociar” e se quiser mesmo algo, seja bom de lábia!
Tome cuidado com os falsificados. Roupas “de marca”, joias e souvenirs “made in China”, que não têm nada de tradicional ou autêntico.

Nós ficamos uma hora no mercado, mas dá para ficar mais se quiser realmente fussar achadinhos. Acho duas horas bem suficiente. Eu comprei umas caixas bem lindas machetadas com madre pérola e no fim, estava satisfeita com as compras.

Durante a noite o visual fica interessante com muitas luminárias coloridas acesas. Queríamos voltar, mas como eu já tinha feito todas as minhas comprinhas, decidimos não enfrentar o trânsito caótico mais uma vez!

Lojinhas encantadoras!

Combine com o seu guia um ponto de encontro e cuide para não se perder em tantas ruelas. No fim do passeio, pare em um dos tradicionais cafés, frequentados por moradores e turistas, seja para tomar café mesmo, um chá ou suco, petiscar algo ou só para observar a movimentação do lugar.

Já na saída!

O mais famoso deles é o El Fishawi, conhecido também como o Café dos Espelhos. Aberto em 1769 e funcionando até hoje – aberto 24 horas por dia.

Cidadela de Saladino e Mesquita de Alabastro

Como o Cairo e o Egito tem uma história tão extensa e com domínio de vários povos, confesso que não me aprofundei em todas as dominações do país pós época dos faraós, mas sei que Saladino foi chefe militar muito importante durante a dinastia fatimídia e construiu esta fortificação com intuito de proteger a cidade.

A cidadela tornou-se a peça central dessas grandes fortificações, protegendo a cidade das alturas das colinas rochosas que a dominavam. Concluída em 1183 dC, a Cidadela de Saladino serviu como sede do governo no Egito por 700 anos, até na década de 1870.

Nos dias atuais a Cidadela está bem diferente da original (que foi fortaleza dos exércitos das Cruzadas). Ela foi expandida e remodelada por muitos governantes posteriores.

Quando Muhammed Ali chegou ao poder, ele estava determinado a apagar a influência dos mamelucos, que haviam controlado o Egito por seis séculos antes dele, e demoliu seus palácios dentro da fortaleza. Ele também construiu um dos marcos mais famosos do Cairo, a Mesquita de Alabastro.

As muralhas da Cidadela com a mesquita em destaque!

Sua Mesquita que é toda revestida de Alabastro é a coisa mais linda! Construída em memória de um filho falecido, ergue-se sobre o resto do complexo. Sua silhueta é a característica mais dominante do horizonte oriental do Cairo.

Na entrada da Mesquita existe um lindo pátio com fontes, onde nosso guia, que é muçulmano, nos explicou que eles devem ser lavar antes de entrar para rezar. É ali que também fica uma torre com um relógio de bronze que foi dado pelo rei da França Louis Philippe em retribuição ao obelisco que Mohammed tirou de Luxor e lhe deu de presente em 1845.

O obelisco está enfeitando a Praça da Concórdia em Paris. Já o relógio, nunca chegou a funcionar.

O relógio que nunca chegou a funcionar!

Para entrar na mesquita é necessário tirar os sapatos e, para mulheres, cobrir a cabeça. Foi muito rico poder visitar este lugar com um guia muçulmano, pois nos deu uma nova perspectiva da religião e um ótimo entendimento dos costumes. Nós adoramos!

O interior da Mesquita é muito bonito (os lustres estavam sendo limpos). Ela é bem grande e tem alguns mosaicos no teto que são maravilhosos!

Além dessa mesquita, a Cidadela tem vários museus militares, que não visitamos. O lugar é bem bonito e a vista do Cairo lá de cima é um show à parte. De lá dá para entender o apelido de “Cidade dos Mil Minaretes” e até ver a silhueta das pirâmides em um dia claro!

Vista da cidade!

Considerações finais!

Estas atrações são as que considero os “must do” do Cairo. Como a cidade é imensa, existem muitas coisas mais para se ver, mas nem sempre os turistas param por lá por tantos dias. Se você tiver mais tempo, acho que vale a pena dar uma pesquisada sobre o bairro Copta, de influência católica, na “Cidade dos Mortos” que também é algo curioso, um antigo cemitério árabe, conhecido como El’arafa, onde pessoas vivem em antigos mausoléus e tumbas, dividindo o espaço com mortos, por falta de espaço ou oportunidade na cidade para viver. Muitos deles gostam de viver ali, próximos a seus antepassados. Deve ser algo realmente inusitado de se ver.

Acho muito legal ler bastante a respeito do Cairo e de todo o Egito antes de ir, pois considero o Egito um daqueles destinos que dificilmente as pessoas repetem. Vão, conhecem, tipo algo da Bucket List e passam para novas experiências. Acredito que vale a pena fazer bem feito, para não voltar com estas “pendências” como voltei com Saqqara, por exemplo. Mas eu penso em um dia no futuro voltar com o Lucas.

Vou deixar no final do post, uma lista dos outros posts sobre o Egito, para que você consiga se programar ainda melhor!

Tudo o que você precisa saber para planejar sua visita ao Egito!

No próximo post vou detalhar nosso cruzeiro pelo Rio Nilo incluindo a visita à magnífica Luxor e até Aswan!

Beijos e até o próximo post!

 

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